A perda gera uma sensação estranha de impotência. Nos trás a real idéia de que não somos capazes de controlar o mundo que deveria ser nosso e que acharíamos que o manteríamos em paz. Somos enganados por ele. E, aquela certeza de que tudo tinha que ficar bem, vai se tornando nublada, escura.
Aquela pessoa tão especial simplemente se foi, porque nos foi tirada, porque quis ir-se, porque nós mesmos a afastamos com nossos erros. Aquele animal de estimação, ou o objeto que tinha um valor sentimental tão forte, como a correntinha que te fazia lembrar de alguém especial deveras.
E sufoca. Aquele nó na garganta simplesmente permanece, insiste. São nesses momentos que a poesia nasce, que a filosofia surge e o encanto brilha um pouco mais, ainda que não possamos ver.
Não quero dizer que a poesia surge apenas na solidão, e sim, que aí é quando ela tem seu grito mais forte. É quando ela mostra suas canções mais belas.
Por isso, perder faz parte. Parte de mim e de você. Parte do que somos, do que devemos ser, do que queremos ser. Perder nos faz repensar no que temos e no que faremos pra mantê-los, ainda que, te asseguro que um dia será tirado de você.
Mas nos faz mais fortes. E É parte da lição sobre o que o quão importante algo ou alguém deveria realmente ser. E nos prepara para as próximas perdas, que, querendo ou não, sim virão.
Cada perda pessoal deveria fazer com que nos tornássemos menos egoístas e fazer enxergar que não somos os únicos, pois na verdade todo mundo tem um dia de repensar suas perdas.